
A rotina de aulas remotas ainda deve durar mais alguns meses para a maior parte das escolas do ensino público do país. O ineditismo criado pela pandemia do novo coronavírus tem levado especialistas de todo o Brasil a discutir quais medidas deverão ser tomadas para um retorno seguro, caso ele ocorra antes da distribuição de uma vacina. Um investimento bilionário seria necessário para garantir proteção a professores, estudantes e funcionários em geral.
De acordo com uma pesquisa publicada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) nesta quinta-feira (15), juntos, Estados e Municípios brasileiros gastariam cerca de R$3,1 bilhões na compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras e protetores faciais. Em Mato Grosso, a projeção aponta que o custo de EPIs na rede Estadual seria de cerca de R$39,4 milhões, enquanto na rede municipal o custo ficaria em R$37,1 milhões.
Além de EPIs, existem outros tipos de custo para a abertura das escolas, como adaptações às estruturas físicas (salas de aula, cantinas, bebedouros), aquisição de materiais de limpeza e higiene (álcool, medidor de temperatura), campanhas de prevenção, capacitação e contratação de profissionais para substituir os que estão no grupo de risco. O amplo contingente de professores, pessoal administrativo, seguranças, merendeiras e pessoal de apoio que trabalha nas escolas também é um ponto que eleva os custos no contexto de retomadas das atividades.
Fora isso, professores e pais de alunos estão divididos entre os que acreditam não ser a hora de retornar, por temerem a propagação de novos casos, e os que acreditam que com cuidados, já há condições para que as aulas sejam retomadas e os prejuízos de um ano letivo parado há cerca de seis meses sejam mitigados. Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) busca no mês de outubro consultar a opinião da comunidade escolar do estado sobre alternativas para o retorno durante a pandemia.
Para o presidente da CNM, Glademir Aroldi, é complexo cenário para tomada de decisão. “Não se pode esquecer que há, até este momento, mais incertezas do que respostas ou soluções e a realidade tem exigido planejamento sério e articulado e uma forte capacidade de adaptação dos gestores, que estão pautando suas decisões de forma responsável para garantir a continuidade do processo educacional com segurança e qualidade”, destaca.